terça-feira, 9 de junho de 2009

Promete

Adivinha. Adivinha se eu não estou me sentindo sozinho! Adivinha. Me sento com as pernas cruzadas e os olhos voltados pro nada pensando em você o tempo todo... Não me deixa mais sozinho, por favor.
Dói. Aqui dentro dói de verdade. Eu não queria que fosse assim. Eu não queria ser tão distante, ser tão difícil. Eu não queria que fosse tão impossível. Tudo tão perto, tão do lado, mas ao mesmo tempo tão lá longe, lá no inferno, lá fora de mim.
Fica comigo. Me abraça forte e não me solta mais. Me segura. Olha pra mim e promete que eu vou ter sempre esses olhos me guiando, essas mãos escrevendo pra mim, esse ombro que me carrega, essa boca que sustenta a minha alma que a qualquer momento pode se quebrar em 20 mil pedaços sem sentido algum. Promete que quando eu te ligar você ainda vai atender e que nada nunca vai mudar. Promete?
Promete pra mim que vai ficar, custe o que custar, me esperando sair de casa, cruzar o portão amarelo e seguir sempre em frente com você. Promete?
Eu tenho medo do que possa acontecer. Tenho medo de perder, medo de ganhar, medo de ficar igual. Tenho medo de que tudo acabe como sempre acabou. Medo que seja mais um rasgo no meu peito, uma das feridas que aparecem sem necessidade, mas que sempre estão lá. Inflamam, pesam, machucam, matam pouco a pouco, dia a dia. Eu tenho medo de acabar sozinho outra vez. Passar mais noites em claro, mais dias sem graças, mais horas sem vida. Eu quero você. Eu quero você agora. Mas tenho medo de não conseguir, de não poder.
Há tantos contigo, aí perto, aí do lado. Tantos que podem te mandar pra longe de mim. São tantos em tantas noites que passam do seu lado. E eu sempre distante. E só de pensar que um desses pode ganhar o seu coração e arrancar de mim, com as mãos, o seu nome que já está grudado aqui dentro, eu fico me sentindo incapaz de ser feliz. Só de pensar que os seus passos podem se desviar dos meus, me sinto sem passo algum.
Fica comigo só um pouquinho. Um pouquinho só. Um segundo. Eu prometo que vou ser feliz assim. Prometo!

Promete?

segunda-feira, 1 de junho de 2009

calçada.

Esse assunto começou em uma conversa. Parei para pensar e vi. Parei e vi como por aqui anda tudo meio vazio demais. Sem inspiração, sem momentos, sem som. Tudo no escuro, no silêncio. Eu acordei no frio, com o rosto inchado, olhos vermelhos por dentro de tanto me pegar pensando em como as coisas ficam sem graça todas as vezes que eu olho pro mundo e vejo que estou sempre sozinho. É a mesma história de sempre. A mesma história de querer ter e não poder, de ter e se enganar. E no fim, sempre dói.
O inverno é a pior estação. Do outono até o inverno.Mas no inverno é pior. Fico sem o calor que eu sempre preciso, tomando café atrás de café, pensando que é sempre no inverno que eu sinto a sua falta. Porque foi bem no inverno que eu dormi pela primeira vez contigo. A primeira vez que eu sonhei. Eu precisava disso. Precisava da sua proteção, da sua presença. Precisava, preciso, quero. Cansei dessa cama vazia o tempo todo. Cansei da minha alma vazia o tempo todo. Cansei de mentiras, ilusões. Cansar de achar uma coisa e ser outra completamente diferente. Depois, dia após dia, eu me arrependo de ser um babaca idiota que saiu por aí acreditando no que me falaram, pensando sempre que é... É. Essa única letra, a mais dolorida. É. No fim nunca é porra nenhuma. Nunca é, nunca foi e nunca vai ser.
A calçada anda sendo minha fiel companheira. Sentado nela, tentando enxergar alguma estrela, alguma belezinha escondida no céu escuro. Eu vejo uma pontinha brilhante que talvez seja o que chamam de esperança. Uma única pontinha brilhante no céu. Uma única, pequena e brilhante estrela que pode ser a salvação da minha tristeza. Minha companhia. Só tenho medo que o seu brilho já tenha morrido e que o que eu vejo, esteja há anos luz morta.
Minha estrela derradeira espalhada num céu negro, que não seja a última. Que não esteja já morta.
E quanto à calçada, te encontro em breve.
E quanto aos sentimentos, quanto à maldita sensação de ter tão perto mas não ser meu. Em ter seus olhos assim,pertinho, mas não poder olhar dentro deles. Essa sensação de que você está aqui, mas eu não consigo segurar e que cada vez você vai mais longe e mais longe e mais longe. Eu não quero que você morra, não quero que a sua luz se apague. Não quero ver apenas o seu reflexo deixado no meu espelho. Quero que você fique, se você puder me esperar. Quero sentir o seu abraço pelo menos mais uma vez. Você perto. Você em mim.
Uma estrela derradeira de olhos negros... A incerteza batendo outra vez.