segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Com todo o amor que possa existir.

Faz alguns anos que eu conheci uma menina. Eu estava em um corredor escuro do colégio, junto com umas pessoas e aí apareceu essa menina. Magra, com o cabelo escorrido e pintado, uma maquiagem e correntes. As unhas roídas, o all star todo sujo e os olhos mais lindos que já vi. Ela precisava de carinho. Estava tão fechadinha nela mesma. Tinha um carinho, mas não era ainda o necessário. Não me lembro de ter a visto sorrindo naquele dia.
Por um jogo certo do destino, eu cruzei com essa menina na rua uma vez, assim, do nada. Falamos oi, mas foi só isso. Sem um beijo, sem um abraço. Apenas acenamos a cabeça e continuamos andando. Me lembro de ter olhado pra trás alguns segundos depois e de ter dado um sorriso de canto, abaixei a cabeça e pensei em como ela era linda. Alguma coisa de muito especial tinha, teve, tem.
Segui meu caminho. Ela seguiu seu caminho. Não sei por que, mas nossos caminhos acabaram se juntando. Eu não podia deixar ela ir. Não podia mesmo. Ficamos amigos, de verdade. Grandes amigos. Cantamos juntos musicas em italiano, trocamos poemas, falamos de escritores. Contei meus segredos, ela contou os dela, rimos muito, amarelamos nossos dentes com tanto café e cigarro. Eu me lembro de ter aprendido coisas lindas com ela. Ela me ensinou as coisas do mundo, as belezas, como ser e estar sempre feliz. Agora quando eu vejo uma rosa, consigo reparar em cada detalhe, em cada barulho que ela faz.
Essa menina me ensinou ver a vida de outro jeito. Com sua alma sensível, me ensinou tudo.
Houve tempos em que ela desaparecia um pouco. Falava que ia mas não ia, falava que ligava mas nunca ligou. Mas nossos caminhos nunca se descruzaram.
Chorei no ombro dela quando precisei, ri muito na casinha linda dela quando precisei, ouvi os melhores conselhos de todos quando precisei. Ela estava lá, sempre lá quando eu mais precisei. Não foram vários e vários dias de convivência, mas foram os dias certos.
Essa menina hoje me deixa cada vez mais orgulhoso. Ela é uma mulher, mas sempre vai ser a minha menininha. Minha princesinha do mar. Encontrou tudo o que poderia encontrar para ser feliz. E sempre mereceu isso. Isso e muito mais.
As saudades são tamanhas, claro. Dói. Agora, nesse exato momento em que eu escrevo, dói. É um choro entalado que eu não quero chorar, mas é inevitável.
Mariana, aqui escreve quem sempre será apaixonado por você, pela sua alma, pelo seu coração.
E como você me escreveu um dia “ Mesmo que se calem todos os pássaros, fecharei os olhos e abrirei um sorriso, porque sei que você ainda está aqui”
Nosso amor é como o vento, não posso ver, mas posso sentir.
Amo muito você. Amo de verdade!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Blergh

Mais uma vez quebrei meu salto ontem, naquela rua bizarra. Depois de tomar 7 garrafas de cerveja e meia garrafa de absinto, lá fui eu, como uma vadia suja que sou, andar por sabe Deus onde. Parei em um beco vomitado e nojento só para me sentir em casa. Minhas noites têm sido assim, sem propósitos, sem escolhas. Apenas um lugar onde eu me sento e choro todas as dores que eu sinto. Vejo-me sem lar, sem família, sem amigos, sem nada.
Como minha meia arrastão, todas as minhas idéias estão furadas e rasgadas. Minha afinada interioridade se rompeu com as drogas estranhas que tive que usar pra esquecer você.
- você é só mais uma vagabunda que eu comi.
Foi isso o que você me disse antes que me fizesse virar esse monte de merda.
Eu sempre soube que nunca fui uma mulher madura, esperta. Sempre fui uma coitadinha que sempre cai em mãos erradas. A sua foi a pior delas. Não sei mais onde enfiar tanta dor, tanta angústia, tanta lágrima.
Passei uma sombra, lápis nos olhos até ficarem negros como tudo dentro de mim. Meu batom que mancha o filtro do meu cigarro nunca poderia faltar. Mal arrumei o cabelo. Nessa noite eu tava com vontade de parecer uma louca. A louca vagabunda que nunca ninguém deu nada. Calças de couro, bolsa vermelha, salto 15 bem fino. Lá vai a puta, gritaram os vizinhos. Vai se foder velha virgem do caralho. Esse é meu único diálogo com a velha estúpida que mora do lado do meu canto.
O fato é que, em cada golada de cerveja, em cada tragada daquela coisa maldita que eu fumo, eu tento te esquecer. Cada vez que soluço de bêbada é uma leve dor que tento tirar ao lembrar de como era quando você ainda estava aqui. Até hoje não posso acreditar. Você não me tratou como eu merecia. Você não me deu um pingo de valor, mas eu sei que antes de você ir embora, se arrependeu. Agora fala aqui uma menina que nunca vai ser uma mulher. Porque eu queria ser a sua mulher, depois de ser a sua menina. Não tive tempo. Agora, em todas as noites, tento mascarar minhas dores com falsos sorrisos e vinhos baratos, pra ver se de algum jeito consigo sorrir à sua ausência. Não consigo. Por que quem eu amo sempre vai embora? Por que se tava dando tudo certo? Deus nunca foi justo comigo. Tirou-me de você da pior maneira que podia. Seu corpo, caído no chão, me assombra os sonhos até hoje. Mas, nunca vou me esquecer quando você disse, antes de partir: Desculpe se estou falando isso atrasado, mas nem eu sabia que era você o meu verdadeiro amor.

Quero entender porque isso aconteceu. Quero entender porque vocÊ se foi tão cedo, tão belo.
Agora em todas as noites eu sento na calçada, sozinha, bebendo na procura de alguma ajuda. Não vai cair do céu, não vai sair de mim. Só sei que dessa vez doeu mais do que eu imaginei.
Você também é o meu verdadeiro amor.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Amigo da vida.

Nada melhor do que ser e sentir-se livre. Andar por aí sem pensar em ninguém, em nada. Poder sentar em uma pedra e ter seu momento de solidão. Aqueles momentos em que você só quer ouvir o que você quer ouvir, e não o que te obrigam a ouvir. Nada melhor do que a liberdade. Sem angustias, sem ciúmes, sem dor, um vazio que faz bem.
Sai de mim.
Morri agora. Morri pro mundo e nasci pra vida. Sai de mim logo de uma vez, e não volte nunca mais. Agora sim. Sinto o cheiro do ar. O ar que vaga livre pelos cantos. Sinto o vento, de braços abertos, me deixando cada vez mais junto dele.
Eu morri pra você. Às vezes é bom morrer para alguns e renascer para si próprio.
Soltei minhas algemas. Arranquei a camisa de força. Sou mais um louco a solta, só fazendo cagadas. Cagadas sim. São elas que me deixam feliz. Adoro cagadas. Adoro as piores cagadas.
Minha linha da vida é pequena. A linha da vida é pequena demais para todos. Não vou ficar parado esperando o mundo rodar. Não vou ficar parado fazendo papel de idiota. Não vou ficar sentado vendo a chuva escorrer. Agora eu vou chover.
Não vou ficar deitado vendo o vento soprar. Agora eu vento. O vento venta em mim e eu vento no vento.
Parei de parar. Parei de sentar. Agora eu quero correr e recuperar o tempo perdido com todos os idiotas que me roubaram os dias.
Quem quiser pode vir junto. A vida está aí, sentada. Só ela que tem que ficar sentada. Ela está lá esperando para ver o que eu vou fazer com ela. Está só de olho. E é bom ela se preparar.
Agora vamos fazer tudo diferente. Eu e ela. A vida e eu. Vamos começar tudo outra vez, mas agora vai ser muito melhor.
Rir mais, claro.
Se é que isso é possível. Beber menos ? Não sei se vale a pena.
Ser cada dia melhor? Sem dúvida.
Vamos fazer dar certo. Realizar os sonhos.
Sempre que chegar a meia noite, terei a certeza de que meu dia valeu a pena.

“ Se alguém perguntar por mim, diz que fui por aí... “

domingo, 12 de outubro de 2008

A nice place.

Sabe, eu tava a fim de encontrar um lugar bacana pra ver um pôr do sol. Estava pensando nisso esses dias. Queria um lugar bem bonito, bem idiota, daqueles que aquelas menininhas meio tosquinhas sonham em encontrar pra poder deitar na grama com o príncipe encantado. Tirando a parte ridícula do príncipe encantado e da grama, eu queria mesmo um lugar desses. Um lugar que me desse paz, onde eu fechasse meus olhos e me visse por inteiro. Queria um lugar pintado a mão e dedicado só pra mim, pros meus momentos e pra tudo que eu tenho no coração.
Estava precisando de um lugar com cores. Várias cores. Sem muitas pessoas. Eu quero encontrar um lugar que eu possa sentar, não sentir o peso de 500 vacas em cima de mim, não sentir as lágrimas escorrendo e caindo molhando minhas pernas cansadas de só andar em círculos.
Quero encontrar um lugar onde eu possa ser aplaudido, e não ficar aplaudindo a vida maravilhosa das pessoas enquanto a minha continua parada. Quero encontrar um lugar pra me separar um pouco da dor da perda ou um lugar que me faça aprender a perder. Quero um lugar onde me reconheçam. Quero um lugar que me alivie as dúvidas. Será que vale a pena estar aqui? Será que é tudo mesmo do jeito que parece ser, ou as fantasias não fazem parte do real pessoal e particular? Quero um lugar onde exatamente isso aconteça. Quero um lugar onde as minhas fantasias sejam as minhas realidades. Todas elas, sem falta. Todas!
Estava procurando esse lugar, e acho que sei onde eu posso encontrá-lo. Vasculhando no profundo de mim mesmo. Estava entrando na minha alma e vi. Encontrei tudo dentro de mim. Dentro das minhas lembranças e dentro do meu futuro.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Sem nome dessa vez.

Hoje vim dizer-te do ódio que sinto. Da vontade que tenho de ver-te no pior dos andares da vida, sem alma, sem nada. Quando pouso meus olhos nos teus, a vontade de esganar teu pescoço manchado de sol me domina. Se eu pudesse, arrancaria-te as entranhas com meus próprios dentes e as faria de comida para ti. Se eu pudesse expor-te como veio ao mundo, e deixar-te ao sereno gélido das noites malditas como tua alma, me sentiria o mais feliz dos seres. Pega tuas coisas e suma da minha vida. Não quero contagiar-me com teu mau afeto nem quero mais sentir tua respiração. Saber que respiras o mesmo ar que eu, arranca-me todas as alegrias. Pior, saber que respiras me faz querer não mais respirar. Se soubesses de como queria poder quebrar todos teus ossos, esmigalhá-los e dar teus restos mortais aos cães que não são de casa.Quero fazer de tua pele meu tapete e dos teus dentes instrumentos musicais. Quero da tua voz o silêncio e de tua alegria, o fim. Quero de tuas mãos arrancar as digitais e pô-las em exposição no lixo mais imundo que encontrar. Tudo isso por que me privas de todas as minhas canções. Pegou meu coração, amassou e jogou no lixo, com todos os meus sentimentos dentro. Com tua cara de monstro, sem coração nem afeto, pegou meu lado mais belo e o transformou em fera.Agora, agüenta saber que meus desejos são os piores possíveis, e que se puder ver-te caído por todo e sempre, me sentirei muito feliz.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Eu não me orgulho.

Cansei de ler jornal. É sempre a mesma coisa. Não sei quem matou uma senhora, corrupção na política e em quase tudo que se conhece, estupro, trânsito, poluição, o planeta está morrendo, etc, etc, etc. Pelo jeito um futuro cada vez mais excitante. Emoção não falta nos dias de hoje. Quer coisa mais emocionante do que sair pra comprar leite na padaria e correr o risco de levar um tiro por causa da bala perdida? Adrenalina, coração batendo mais forte, um barulho e poft, lá vai mais um coitado inocente pro cemitério. Ou ficou paralítico. O que é pior, não?
Há anos que o Brasil vem sendo o país do futuro. É, estou vendo. É o país do futuro do tráfico, da violência, do preconceito, da burrice, da ignorância. Aliás, o povo brasileiro sempre foi feito de trouxa. Desde o primeiro filho da puta que veio de Portugal já enganando os babacas brasileiros. Olha, eu tenho um espelho mágico. Quer trocar por alguns ouros que você tenha sobrando e que não queira usar?? E lá ia o babacão trocar, claro. Desde o início o povo brasileiro foi enganado, foi feito de otário. E como sempre, ficou quieto, fingiu que não era com ele. Conclusão, os anos passaram e os índios burros pelados evoluíram para índios burros com roupas. Óóóóótimo.
Eu não sinto orgulho de ser brasileiro, não. Assim como não sentira orgulho de ser cubano ou israelense. Mas, dos males o menos pior... Mas mesmo assim, sei que muitos vão ficar horrorizados e não vão concordar com a minha opinião, mas, foda-se. Acho o Brasil uma merda. Não me orgulho de filas em hospitais, não me orgulho de educação precária, não me orgulho de assassinato por causa de um saco de lixo no muro do vizinho, não me orgulho do jeitinho brasileiro, que aliás, é uma das coisas mais escrotas do mundo. Jeitinho brasileiro é o jeitinho vagabundo, a gambiarra, a coisa mal feita que passa desapercebida. Ai, credo... Imaginar que o Brasil vai pra frente do jeito que está é um sonho longe de se tornar real. Enquanto as pessoas não se manifestarem, enquanto as pessoas não gritarem e começarem a ver que essa putaria na política e em TUDO desse país de merda está acabando com a “ pátria amada”, vamos afundar cada vez mais na própria bosta que construímos dia- a- dia ficando calados.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

O Primeiro Avião.

Quero pegar o primeiro avião pra puta que pariu. Quero passagem de primeira classe pra solidão. Preciso ficar só comigo mesmo, sozinho. Preciso me achar e parar de me perder. Sempre me perco de mim, agora quero me ver de fora pra dentro e de dentro pra fora. Quero me ver de todos os ângulos. Quero pegar o primeiro avião pra casa do caralho e me enfiar no primeiro buraco que achar lá. Quero sair do meu corpo pelo fio de prata e só voltar quando a carcaça estiver sem marcas e feridas. Quero algum lugar onde parem de me julgar, de me olhar, de me apontar. Quero algum lugar onde eu possa ser, e só isso. Ser como eu sou, do modo que sou. Quero pegar o primeiro avião pro quinto dos infernos e abraçar o capeta e falar: -Você é um belo filho da puta que adora os melhores pecados. Até mais ver... (sim, porque do jeito que vai, vou acabar indo pro inferno) Quero um cantinho aconchegante, só pra mim. Quero todos os meus desejos satisfeitos. Quero uma sala com pufes e um caderno e lencinhos de papel. E não pode faltar uma geladeira cheia de cervejas e mentiras. Mentiras sim, porque a verdade dói. Quero um lugar onde ninguém fale que eu seja triste. Eu não sou triste, porra. Mas que inferno. Será que ninguém entende isso ? Triste é a ultima coisa que eu sou, ainda bem. Triste é o que me fazem ser quando falam isso. Triste é quem olha pra rosa e só vê os espinhos. Triste é quem, geralmente, sorri de tudo.

Vou ali acordar pra vida e já venho.
Tchau.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Jesus Cristo é o Senhor.

Estou pensando em abrir uma igrejinha. Tudo começa assim. Com uma pequena igrejinha, que vai virando uma igreja, uma igrejona, uma igrejassa e depois um império de gente safada falando pra um bando de gente burra ouvir. Uma igrejinha, que começa com um chãozinho batido de terra, 20 cadeirinhas de plástico, uma altarzinho improvisado e duas velas apagadas. Aí eles pedem o dízimo. Pedem o dízimo. Bom que eles começam pedindo o dízimo, começam mais humildes, porque depois eles vão pedindo carros, casas, cavalos e tudo o que você tiver no bolso. Aí eles começam a ganhar dinheiro, começam a colocar mais 20 cadeirinhas, e lá cabem mais 20 fornecedores de grana pros putos donos da igreja. Depois eles compram mais 60 cadeirinhas e alugam um terreno maior pra construir uma igreja maior pra caber mais fundo de renda dentro dela. E assim vai indo. Quando você menos vê, se dá de frente com algo que mais parece um shopping. Jesus Cristo é o Senhor... Calma lá, isso não é nome de shopping, isso é nome de igreja. Sim, é uma igreja. Porra meu, olha o tamanho dessa igreja. Olha quanta janela, quantos andares e quantas gentes. Olha esses carros na garagem. Só tem pastor entrando neles... Que coincidência.
Bom, o fato é, eu vou criar uma igreja. Uma igrejinha, que vai virar um império. Tenho que criar uma igreja gay, porque crente e católico e qualquer ignorante fanático religioso não gosta de gay, e a gente precisa de um espaço, certo? Então, vou criar uma igreja. Preciso de nomes... Nossa Senhora do Gliter Rocho é um. Nossa Senhora do Babado Forte é outro. Tem o Nossa Senhora do Bafon, Igreja Cristã do Babadón e assim vai. Pequenas igrejas, grandes negócios. Ninguém vai me segurar.

domingo, 27 de julho de 2008

Para um amigo.

Ontem eu descobri várias coisas ótimas. Descobri a história de uma vida que me pareceu incrível. Não a vida em si,mas a mensagem e os ensinamentos que essa vida deixou quando passou a não ser mais vida. Quando digo que passou a não ser mais vida, me refiro a vida carnal, pois a vida em si ainda anda por aí. Descobri a história de um vinho e pude prová-lo. Foi o melhor que tomei, sim, sem dúvida. Cada gole era uma história nova, cada gole era um pedaço do seu produtor, cada gole era um pedaço de alma novo que entrava em mim. Mas, além de ter descoberto isso, eu descobri e vivi outras coisas importantes nesse dia. Vi por trás de todas as coisas, um amigo. Um amigo que eu sei que já existia, claro. Sempre o foi, mas ontem descobri que, cada vez mais, eu posso chamá-lo de amigo. Vários se foram, se perderam pela estrada, o que é comum, mas esse ficou. Ficou e vai ficar, eu sei. É um amigo de verdade e me presenteou ontem com palavras das quais nunca mais vou me esquecer. Deu-me dois anéis e vários momentos felizes. Cerveja, cigarros, risadas e um abraço. Tudo o que eu preciso pra ficar bem, e isso eu tive de sobra.
Obrigado meu querido, por tudo.
Lembranças à família, à namorada e ao gato.

Ae, arigó, te amo ! =]

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Papo íntimo.

Fui correr na praia de Copacabana hoje, pra ter inspiração. Mentira. Fui ao Fran’s Café tomar um submarino, sozinho. Eu nem moro no Rio de Janeiro. Moro em São Paulo, Pinheiros, em uma ruazinha praticamente deserta, com uma pracinha em frente de casa, em uma casinha amarela que eu acho uma delícia. Sempre morei aqui, a minha vida toda foi nessa casa, nessa rua. Foi aqui que eu dei os meus primeiros passos, falei minhas primeiras palavras e tive as minhas primeiras brigas. Foi aqui que eu chorei, apanhei, dei várias risadinhas, muitas delas pra não chorar mais ainda. Hoje em dia gosto de passar mais tempo na rua, não em casa. Gosto de sair por aí sem ter hora pra voltar e sem saber nem pra onde estou indo. Hoje eu não fiz isso, como eu já disse, fui ao Fran’s Café, sozinho. Eu gosto da minha companhia. Discuto comigo sempre, sempre. Quase sempre eu perco de mim porque eu às vezes não espero minhas próprias reações. Digamos que eu não sei o que tem por trás de mim mesmo. Hoje mesmo eu conversei comigo:
-Cacete, heim ?! Como você apanha do amor. Você não cansa?
-Se eu não canso ? Eu já até desisti. Você convive comigo todos os dias. Será que você ainda não percebeu que eu desisti?
-Você diz isso pros outros, e eles acreditam, mas você não pode mentir pra você.
-É, acho que você tem razão.
( Perdi pra mim... )
-Mas é que às vezes, sei lá, cansa.
-É, eu sei que cansa, nós sentimos as mesmas coisas. Não tem muito o que falar do amor...
-Falar de amor é difícil para uma pessoa que não o conheceu.
-Escuta, você veio aqui pra encher mais ainda o meu saco, porra ?
-Claro, pra isso eu sirvo.
-Ai, se eu pudesse acabar com você...
-É, poder você pode, mas vai acabar consigo mesmo. Não esquece que ninguém nesse mundo te ama mais do que eu, ou te respeita e te compreende. Ninguém além de mim te acompanha e te conforta sempre quando você chora deitado na banheira ouvindo Marisa Monte. São minhas as mãos que te afagam a alma, porque eu sou a sua alma. E é bom que saiba que conversar comigo nos momentos de dor e de solidão é o melhor remédio. E transcrever tudo o que eu te digo é o melhor desabafo.
-É, acho que você tem razão
( perdi pra mim mais uma vez... )
-Agora eu vou ler uns poemas pra você, acender um cigarro e tentar fingir que, para nós dois, o mundo é lindo do jeito que é...

domingo, 6 de julho de 2008

Eu, Rosa.

A Rosa gritou por mim. Uma rosa túrbida e disforme, meio calada demais, berrou meu nome pelas ruas estreitas daquele canto que eu estava, enterrada e sem cor. Assim era minha pobre Rosa, que ainda chorava calada no asfalto gelado do meu coração. Cala a boca, Rosa. Ás vezes eu tenho vontade de gritar. ME DEIXA EM PAZ, mas ela não se toca. Fica lá, se arraigando em mim, se imortalizando e fazendo com que eu sofra com cada pétala que derruba por mim. Por favor, Rosa, me deixa um pouco só. Não me acompanhe dessa vez, eu imploro. Eu quero, só por uma noite, me deitar em paz, sem ouvir você jogando na minha cara a infelicidade da minha própria alma vazia. Não quero mais ouvir essa sua voz franzina e irritante. Você insiste em sair, em se mostrar, em me mostrar frágil e manipulado por você, que não passa de uma metáfora. Você é só a minha própria voz, a voz de todas as minhas tristezas. Eu adorava quando você era calada, quando eu nem sabia quem era Rosa. Cala a boca, Rosa. Infeliz é você, sua desgraçada. Não se esqueça que você faz parte de mim. Em pensar que nasceu na alvorada dos meus dias e agora se esbalda em mim mostrando todos os meus defeitos. Por que fez isso, Rosa, consigo própria? Eu lembro como era feliz, como tudo corria bem. De repente virou-se contra mim, a Rosa que nunca vi ser. Eu não esperava que se tornasse amarga e negra, não mais a rosa Rosa que eu conheci um dia, mas quem sabe a primavera traga de volta todas as tuas cores que se foram por todas as dores que dividiu comigo. Como todo o ser vivo, nasce, cresce e morre, e você já está morrendo, Rosa. Pena que se vai tão amarga e doente, maldita Rosa. Mas assim que renascer, calma e mais descansada, poupe-me de teu veneno natural e me dê um pouco mais do seu buquê. Não quero mais ouvir todas as maldições do teu negro ferrenho em mim. Cala a boca, Rosa, eu já pedi. E não vou deixar de querer que você se torne mais sociável ou mais feliz. Se você quer terminar desse jeito, podre e destruída, azar o seu, mas não me envolva. Eu não quero mais te ouvir nem mais te acreditar. Vai pro inferno, Rosa, e me deixa em paz.

terça-feira, 1 de julho de 2008

poema para um ninguém.

Sou eu que vou estar no seu quarto quando você chegar cansado do trabalho, com uma rosa na mão e um poeminha que eu escrevi no ônibus pensando em você. Sou eu que vou te ajudar nos trabalhos da faculdade e nas mentiras pra não ir trabalhar, mas só se for pra ficar comigo. Eu que vou te ligar todos os dias, pra desejar bom dia, boa noite, pra te lembrar de como eu te amo e pra falar que eu consigo ver o sol agora. Eu que vou ficar com você a qualquer hora, sempre que você precisar. Sou eu que vou ver filmes com você, no seu sofá queimado de cigarro e manchado de sexo. Sou eu que vou te dar tudo o que eu tiver, tudo o que eu puder, minhas entranhas, meus ódios, minha alegria, minhas razões e desculpas. É com você que eu quero cometer as maiores loucuras possíveis. É com você que eu quero trepar sem camisinha e deixar gozar onde quiser. Só você que pode matar todos os meus desejos, tirar minha vergonha, me ver com outros olhos. É só com você que eu quero deitar e acordar. É ao seu lado que eu quero ficar, até deitar e nunca mais levantar. É de você que eu quero lembrar quando ouvir aquela música e assistir aquele filme. É com você que eu quero ver cada segundo passando, cada fio de cabelo caindo. Quero que cada vez que você dê um sorriso meu dia fique mais completo. Quero te amar assim, com todos esses clichês, com todas essas frases prontas, afinal, isso sim é viver feliz.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

King Size

Deitei na cama king size do terceiro quarto da casa. Deitei, abracei o travesseiro e comecei a cantar: “ Marina, morena Marina, você se pintou...” É a música favorita da minha vó, logo, é a minha favorita também. Mas isso só depois de Poema, com Ney Matogrosso.
Isso foi só uma introdução
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Você me traiu. Inúmeras vezes você me traiu. Antes, durante e depois, você só me traiu. O problema é que eu gostava de você. Eu amava você. PORRA! Por isso eu ficava feliz quando você me traia. Porque, de algum jeito, você estava comigo. Você me traía porque era meu. Antes ser traído por você do que não poder chorar à noite na King Size. Eu sabia da sua existência. Essa ilusão suja de amor já me deixava bem. Quase feliz. Mas, feliz mesmo, eu fui só uma vez, com um cara que eu não vou falar o nome. Depois, você pegou o primeiro avião e fugiu de mim. A gente transou, você gozou por todo o meu corpo e eu pensei: Dessa vez ele me amou – ou comeu - com o coração. Mentira, é claro. Alguma vez ele me amou? Quis dormir abraçado com ele, mas antes de fechar meus braços no corpo dele, ele se levantou, se vestiu, olhou pra mim sem dizer nada, foi até a porta, chamou o elevador e desceu. Eu olhei pra cima, para os lados, peguei um papel e uma caneta, fiz meus desabafos e desisti do amor. É, eu desisti do amor. Ele machuca demais. Às vezes me faz gozar, mas me machuca demais.

domingo, 22 de junho de 2008

Culpa do frio do inverno.

Eu não sei por onde começar, nem o que falar, nem sobre o que pensar. Estou meio perdido nesse tempo frio e chuvoso do inverno de São Paulo. Me sentido meio vazio, meio incompleto. Sentindo minha alma sem alma e sem corpo, apenas pele e ossos. Estou precisando de você. Minha vida pede a sua, de todas as maneiras possíveis. Eu preciso que você me ame, me queria, me devore e me faça em pedaços. Eu preciso que você me odeie. Preciso que você sinta alguma coisa por mim, nem que seja vontade de vomitar em mim, de me bater, me deixa no chão, me ofender. Faça comigo o que você quiser, o que bem entender. Eu sou seu, quero ser seu pro que você quiser e precisar. Só não finja que eu não existo, não ignore minha voz que berra por você. Não faça de conta que eu só fui,fui, fui... E que cada vez fico mais longe. Será que você ainda não percebeu que eu só preciso chegar perto de você, te ver de longe e ter certeza que você está bem? Eu só quero poder continuar acreditando em tudo o que passou, em tudo que você me disse e ter a certeza de que os seus dias são bem melhores do que os meus, de que sua vida vai muito melhor do que a minha e que, pelo menos, você sinta uma ponta de saudades. Só uma pontinha, inferno. Não é pedir muito. Só não me deixe por aí, num canto qualquer de você, porque você, até hoje, preenche toda a minha vida.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Mais um dia de bom humor.

O despertador tocou às 7:12 ( não me pergunte porque de 7:12 e não 7:15) da manhã. Béééééé. Mas que diabos é isso??? Ah, sim, vou pra casa da Suzy hoje. Tomei o café com cara de mau humor, vendo Chaves, o que melhorou um pouco minha cara de monstro recém desperto de um sono de séculos. Peguei metrô. Adoro o metrô ( linha verde). Acendi um cigarro nos banquinhos dos fumantes da faculdade esperando a Suzy terminar a prova. Li um pouco de Clarah e fiquei esperando, esperando. Suzy chega como sempre, com um sorrisinho meio de lado e um cigarro na mão direita. Fomos pra casa dela. Uma gracinha de casa. Tinha um sofá vermelhinho bem convidativo e uma coisa meio indiana na parede que eu não lembro direito como era. Acendi um cigarro. Falei pra caralho, um monte de merda, um monte de história mal contada e umas risadas longas pra não ficar sem graça. Pra ver se eu calava a boca, me deram comida. Um almoço ótimo, por sinal. Acendi um cigarro. Ah, antes do almoço eu comi um pedaço de bolo que elas falaram que tava uma merda. E acendi um cigarro. Depois fomos na casa de uma senhora louca e espevitada, que elas chamavam de mãe ( que por sinal de fato era a mãe). Quando entrei na casa dela, pensei: “Agora sim a Suzy está explicada”. Bom, depois de tudo isso, passei horas de sofrimento num negocinho que chamamos de depilação.Acho que eu prefiro ser enterrado vivo e assistir horário político a ter que me depilar outra vez. Mas enfim, eu fiz pra não parecer mais um filhote de macaco africano albino ( se é que isso existe). Mais quase à noite chegou um cara de olho claro e piercing no nariz – o coração acelerou um pouco, mais logo voltou ao normal- e ficamos de papo mais um pouco. Depois pegamos um OANI ( Objeto Andador Não Identificado) pra ir pro metrô Os usuários chamam aquilo de lotação. Eu chamaria de “expresso para o mal” Esse metrô eu não gostava, era linha vermelha. Dei um beijinho na minha pequena adorável criaturazinha ( A Suzy) e no bonito de piercing e me preparei pra descer as escadas direto pro inferno. E de fato o era. Vários demônios e coisas do mal passando de um lado para o outro. Minha alma estava a salvo desde então. E meus pecados todos perdoados. Fui chegando perto da linha verde. Cada baldeação me deixava mais feliz. E lá fui eu, linha verde, Sumaré, Vila Madalena, rua perto de casa, rua de casa, e meu dia terminou. Comi mais e fim.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Fui esquecendo meus pedaços pelo meio do caminho.

Resolvi fazer um trequinho desses pra mim. Não que eu seja fã disso, mas, sei lá, deu vontade. E eu não devo satisfação. Andei pensando bem e resolvi fazer um. Pronto. Dei satisfações. É incrível como eu não mantenho minhas idéias no lugar, estou sempre falando e não fazendo, querendo e não conseguindo, tentando e desistindo. Mas, que graça a vida teria se eu fizesse tudo que deveria, ou conseguisse tudo o que quisesse? Não ia ter emoções nem motivos pra chorar às vezes... Não que eu seja a pessoa mais sofredora do mundo. Até que não. Gosto só de fazer um draminha e exagerar muito. Sintam dó de mim, porque eu sofro mais que um mendigo da paulista no frio de ontem ( frio do caralho, não?). Sofro porque não tenho grana pra pagar meus cigarros e tenho que ficar pedindo para os outros. Sofro porque não tenho emprego e com isso não tenho o dinheiro pro tal cigarro. Sofro porque não agüento quase nada do que acontece comigo, mas, como uma besta que sou, continuo rindo e tudo fica bem. Okay, exagerei outra vez. Não sofro tanto assim e nem tenho tantos problemas. É que sem ênfase, as coisas ficam meio sem graça...